Pessoalidades

Mudança

06:00Denny Baptista


Bom dia turma! Lhes escrevo no meio de caixas e mais caixas. Sim, vamos nos mudar. Quem já passou por mudanças de endereço sabe o quanto é chato e estressante, e bagunçado (e alérgico!). Aqui não está sendo diferente. 

Quando nos casamos, fomos morar em um apartamento pequeno de 2 quartos em um condomínio (um dos famosos BNHs) pequeno, mas bem organizado, com moradores bacanas. Bem apertado. Mas início de casamento, mudança de cidade, optamos por não comprometer nossa renda com um imóvel mais caro. Após cerca de dois anos, fizemos uma grande mudança. Queríamos investir em um atelier para meu marido (artista plástico), com aulas de arte, desenho e música. Nos mudamos para um sobrado, que antigamente era um hotel da cidade, enorme, assim como o aluguel. 

Acontece que nossa cidade não têm um lado cultural bem desenvolvido nesta área (deveria!) e o negócio acabou não vingando. Junto com isso, o imóvel apresentava diversos problemas, como vazamentos, infiltrações, calha entupida e tudo o mais. Ao sairmos, procuramos um imóvel mais central, com um bom tamanho em uma área bacana da cidade, pois não tínhamos automóvel até então. Claro que um imóvel destes tem um aluguel bem mais caro - e aqui os aluguéis já são absurdos! - mas podíamos pagar e para nós ficou muito bom. Moramos por quase dois anos neste imóvel e recentemente decidimos sair. 

Sabe o que percebemos? Que estávamos aplicando ali boa parte de nossos salários, em um imóvel caro, grande demais (3 quartos, sala e varanda integradas, cozinha grande, área de serviço, 2 banheiros, dependência de empregada, sacada) para duas pessoas apenas. Esse gasto acabava nos impedindo de adquirir coisas que gostaríamos de ter e o pior, nos impedia de viajar. Amamos viajar! E já faz muito tempo que não fazemos uma viagem de verdade. Então percebemos que estávamos sendo um tanto quanto fúteis nesse sentido. Vejam bem, longe de mim criticar quem gosta de um imóvel bom e bem localizado, nós gostamos! Mas percebemos que viajar mais nos faz muito mais falta do que um imóvel grande e bem localizado. A gente cansa de TER e não SER. 

Então buscamos um imóvel menor (mas não pequeno demais), mais barato, e um bairro tranquilo da cidade, mas mais afastado do centro, em um condomínio que tem uma segurança legal e, melhor: bem na frente de onde trabalho. Conseguimos encontrar um imóvel bem legal (3 quartos, sala, cozinha, 1 banheiro, área de serviço) por quase metade do valor.

Comentei da mudança com uma pessoa no final de semana que demonstrou ver nossa mudança como um retrocesso. Só se for retrocesso de aparências. Nós morávamos "bem", mas nos faltava o essencial, que era poder ter momentos de lazer, adquirir coisas que nos fazem falta, poder viajar mais. Infelizmente para algumas pessoas isso é sim um retrocesso. Não morar mais no "centro" para morar em um bairro afastado. Morar em um condomínio, que não de luxo. Mas de que isso adianta? Para nós, em nosso específico caso, não nos adianta. Agora também temos uma moto (uma estradeira!) e queremos viajar com ela, sair mais, viver mais. E isso não estava sendo possível gastando o que gastávamos com aluguel. Agora, com mais dinheiro sobrando, poderemos enfim fazer mais coisas das quais gostamos. 

Decidi escrever esse post porque já vi pessoas se sentindo inferiorizadas por não morarem num lugar super bacana, ou bem localizado. E quero lhes dizer que vale muito mais o que somos do que o que temos. Conheci pessoas que faziam competição de quem tinha o melhor carro, comiam nos melhores restaurantes, passavam as férias na praia, mas além de infelizes (porque viver em competição constante gera um stress enorme), viviam endividadas, tudo pela aparência. 

Eu não quero aparentar ter nada. Eu quero aparentar ser feliz. Isso sim é o que me deixa bem. E se para ser feliz eu preciso sair do centro, e morar em um apartamento menor, acredito que está ótimo pra mim! E você, o que deseja de verdade?

Beijão!

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4 comentários

  1. Tal do aluguel é um dinheiro que a gente entrega chorando, né não? Super concordo contigo sobre não haver essa necessidade de morar num casão pelas aparências. Que desperdício (de dinheiro que pode ser usado em coisas diversas e energia pra manter tudo)! Nós moramos em 5 aqui numa casinha que serve bem pra todo mundo, mas todos os meus tios ostentam e se mudam (ou mandam construir) casas cada vez maiores. Bate aquela pontinha de "poxa, na casa deles dá pra trabalhar num canto sossegado :(", mas né, cada macaco no seu galho. Eles têm condição, a gente não, então não tem sentido ficar invejando hahah. E olha, acho que condomínio é a melhor opção! Nosso bairro era pra ser um, que acabou não vingando, mas ainda assim é um bairro muito bom e tranquilo de morar. Boa sorte com a mudança e a casa nova, mandando aqui um monte de energias positivas pra vida nova!! Beijão!

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  2. Oi Denny, amei o post, eu e meu esposo também estamos viajando mais e nos curtindo mais. O importante é estarmos bem e sermos felizes e não vivermos para os outros. Um super beijo e amei o cantinho. Estou te seguindo!!!


    http://www.simplesmentemandinha.blogspot.com/

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  3. Denny, me identifiquei muito com seu post. Quando me casei (aos 26 anos, meu marido com 28), os dois servidores públicos sem ganhar muito, mas enfim, noivamos por 3 anos, dei o carro na entrada do apto, o flávio tendo o dele a gente sempre na cabeça que queriamos ter nosso apartamento, a ideia era um lugar simples mas bem localizado e graças a Deus achamos algo que coube certinho no nosso bolso, é um apto de 3 quartos, num prédio meio velho mas bem espaçosão como eu queria e embora muita gente torça o nariz pra onde eu moro (minha família inclusive) eu amo de montão morar lá. Não é um prédio chique ou bonito, mas é prático, não é muito distante da onde eu trabalho e tem fácil acesso aos lados que meu marido trabalha (ele dá aula em bairros mais afastados). Conheço muita gente que valoriza mais as aparências,mas sou muito feliz no meu cantinho e dentro dele preenchemos com coisas que eu queria e não podia ter antes, mais qualidade de vida pra nós dois, sobrou dinheiro no orçamento (que não sobraria num bairro mais chique, o meu é considerado pobrinho) mas vivo muito feliz desde então. Concordo que na vida a gente tem que ser, viver com que temos e ser feliz, saber o que te faz feliz e dedicar a isso, afinal quando a gente morrer não vai levar R$ nenhum. Beijos.

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  4. Parabéns, compartilho do mesmo pensamento!!!

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