Não consegui pensar em um título para este post. Então pensei no fato de o post ser o de nº 500 do blog e assim o defini.
Há uns 2 dois posts atrás falei da minha saga com relação a exames, do medo da infertilidade, e de tudo isso que todos que lêem aqui já estão cientes. Na semana passada tive consulta com minha ginecologista e ela confirmou meus medos. Meus ovários não estão produzindo mais óvulos, e aos 31 anos entrei na menopausa. Ou seja: hoje, na situação atual, eu não posso ter filhos.
Saí do consultório ainda em estado de choque. Caminhei um pouco, telefonei para o marido que já aguardava minha ligação, mas sequer consegui falar. Meu coração foi rebentado, estraçalhado por aquela notícia. Mal cheguei em casa, mal tive tempo de chorar, de gritar abafando no travesseiro toda minha tristeza e revolta com essa situação, e já precisei ir para o trabalho. Foi bom, pq apesar da cabeça toda virada, fui obrigada a focar em outras coisas.
Desde então, não sei explicar como têm sido meus dias. Já me desesperei, já questionei Deus e Sua justiça, já me revoltei, já fiquei com muita raiva. Hoje estou encontrando um pouco de equilíbrio. Passei estes últimos dias mergulhada no desalento. Não sei descrever o buraco que se formou dentro de mim. Não sei explicar essa dor, que é a pior que senti até hoje. Já chorei tanto e ainda sinto ter tanto a chorar!
Conversei com algumas meninas, li algumas coisas, me informei um pouco e pude perceber que,apesar da seriedade da situação, pode não ser definitivo. Há muitos casos semelhantes que culminaram em uma gravidez. A medicina está muito avançada e há muitos recursos. Mas essa sombra estará sobre mim até que o tempo passe e me dê respostas. Eu posso ser mais um caso de superação, ou mais uma entre tantas mulheres inférteis que não conseguem ter um filho. Não temos condições financeiras para uma inseminação in vitro, por exemplo, se chegar a ser essa s solução. A menos que minha vida mude muito, muito mesmo.
Mas sabe, não busco consolo. Cada um sofre extremamente pela dor que é só sua. Não comparo dores. Há muita gente em situação muito pior que a minha. Mas hoje, minha dor é insuportável. E dói tanto, tanto, que tem horas que parece que vai rasgar meu peito. Falei com poucas pessoas. A maioria foi generosa. Mas houve quem fez pouco da minha dor, quem a menosprezou. Disso, eu não preciso.
Fui trabalhar todos os dias, mesmo que em alguns eu não acreditasse ter condições. No final das contas isso me fez bem, foquei em outras coisas, e a cabeça aliviou. Não sei como consegui manter uma postura dentro da normalidade, mas o fato é que não consigo manter cara fechada e me obriguei a erguer a cabeça e agir dentro da maior naturalidade que me foi possível.
Nesse período todo, meu esteio, meu apoio, meu colo, foi meu marido. Que homem! Ele, que acaba tão comprometido nessa história quanto eu (e só eu sei o quanto me senti culpada por ser a causadora disso!), me deu a força que eu não teria. Sem ele, com certeza eu teria afundado. Ele me ergue todos os dias, me entende, me dá forças, esperança e me diz que, se tudo der errado, tudo bem, ainda temos um ao outro. Não sei mesmo o que seria de mim sem ele nesse momento. Pq dessa vez eu caí fundo. Ainda estou me reerguendo.
Logicamente, não fiquei parada nesse período. Já estou em busca de segundas opiniões. Não sobre o fato de eu estar na menopausa - isso é fato, basta olhar os resultados dos exames - mas sobre a irreversibilidade disso. Já descobri que há um excelente profissional na minha cidade, que tratou uma colega minha e a fez mãe. O caso é bem diferente, mas onde há esperança, eu vou. Infelizmente, ele só tem consulta para o ano que vem e só abrirá agenda em dezembro. Até lá fico aqui, com meu disgnóstico.
Este ano tem sido bem difícil por aqui. Não entendo o propósito de muita coisa que acontece, mas aceito como aprendizado. E espero que logo os ventos mudem, há momentos em que as forças faltam.
Vejam, que ironia: uma das coisas que me impulsionou a enfim remediar a questão da obesidade foi - quem diria - o meu desejo de ser mãe. Confesso que há momentos em que não parece que isso é verdade. Parece um pesadelo horroroso do qual eu não consigo acordar.
Enfim, esse assunto ainda me dói demais e sei que doerá por muito e muito tempo. Mas precisava compartilhar com vocês!
Fiquem com meu beijo carinhoso, e obrigada pelo carinho de sempre!
7 comentários
Jamais poderia imaginar a situação pela qual você está passando, Dê. Mas entendo a dor e todos os estágios que você tem atravessado esses dias, passei por eles também, embora por sofrimentos diferentes. Como diz minha mãe, cada um sabe onde aperta o seu calo, e NINGUÉM tem o direito de fazer pouco da dor do outro. Gostaria de estar por perto e poder ser uma amiga fisicamente, mas acho que só tenho palavras e orações a oferecer. Se houver qualquer coisa que eu possa fazer por você, faço sem pensar. Não hesite em me chamar pra conversar, manda ver. Te amo, e quero seu bem <3
ResponderExcluirDenny, fiquei mais de 1 ano sem ler seu blog, estava tentando engravidar. Passei por milhoes de exames, alguns muito invasivos, outros nem tanto, alguns dolorosos, mas o pior era pensar que nunca engravidaria. Enfim, me apeguei a Deus. Não sei qual sua religião, mas sou muito católica e sempre agradecia por tudo em minhas orações, mas dessa vez, resolvi pedir. Pedi a Deus que me ajudasse a realizar meu maior sonho: ter um filho. Fiz todos os exames, busquei vários médicos e até que um belo dia minha menstruação atrasou e descobri a gravidez. Acredite que nada é impossivel para quem acredita e tem fé em Deus. Assim como eu, conheço vários casos de mulheres que não produziam mais ovulos e engravidaram. Procure outros médicos, tenha 2 ou 3 opiniões. Vá em um especialista, numa clinica. Tenho certeza que você vai conseguir. Não perca a Fé. Se precisar conversar, to aqui. Desde que engravidei, me engajei nos casos de quem tenta e de quem já está grávida. Conte comigo.
ResponderExcluirEu não tenho o dom da palavra. Não sei o que dizer, porque tudo o que tento dizer me soa ruim.
ResponderExcluirEntão, vim aqui só pra te abraçar.
Um abraço apertado, macio e quentinho. E pode ficar o quanto tempo precisar. Pode chorar também.
Quando se sentir pronta, eu faço um chá pra gente. E falo "tudo vai ficar bem"
Denny sei que isso é muito clichê, mas enquanto confiarmos no poder de Deus, que seja para um milagre ou mesmo que precise de algum tratamento, uma inseminação, ele prepara os caminhos.
ResponderExcluirNo meu caso, tento muito tempo engravidar, eu e meu marido ja fomos revirados e nenhum causa para essa demora, como vc disse cada uma sabe a sua dor, não posso dizer que sei como se sente, pois não sei...mas creio que é Deus que determina as coisas, e caso precisamos de alguma tratamento, ele vai nos guiar...
bjs e fica com Deus
Gisele-SP
Oi,
ResponderExcluiré difícil encontrar palavras para te dar um conforto, ainda mais por esse meio que é a internet um tanto quanto superficial, mas não se desespere, nem desanime... a vida vai te mostrar uma maneira.
Procure outras opiniões, vá atrás de outros especialistas e se for preciso e se esse for seu sonho, batalhe o dinheiro pra fazer a in vitro... posso te falar que quando a gente coloca um objetivo na cabeça as coisas vão acontecendo e a solução vai aparecendo.
Fique com Deus.
Bjs
Ah, Denny, querida, sinta o meu abraço... Chore, desabafe...depois lave o rosto, respire fundo...E vamos a luta!! Depois que passar este baque do "momento", vc vai ver as coisas vão clareando, ideias vão surgindo, milagre de DEUS vai acontecendo...e tudo se faz novo!! Denny não tenha essa notícia como "verdade", faça a sua VERDADE!!!! Acredite em você! Creia que tudo vai dar certo, senão não terá forças para seguir...Conte com minha solidariedade. Toda noite venho aqui , vamos lá reaja! LILIAM-MS.
ResponderExcluirQuerida!
ResponderExcluirSinto muitíssimo pela sua dor. Torço para que o médico concorrido te dê ótimas notícias e novas esperanças. Que bom que você tem seu maridão pra te apoiar e te curar a dor, ao menos um pouco. Nada melhor que ter alguém assim do nosso lado, né? Um amigo.
Espero, mesmo, que te tudo se resolva.
Enquanto isso, me permite dizer que amo sua escrita? :')
Beijo!
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