Pessoalidades

Retrospectiva 2021 - A virada de 360º

13:17Denny Baptista

 


O ano de 2021 foi um dos piores anos da minha vida. Foi muito difícil e em alguns momentos eu realmente achei que não ia dar conta. No entanto, ele também foi o ano da virada. 



No post anterior eu contei um resumo sobre a minha saga de 2021, com a depressão e ansiedade. Após cerca de 3 meses eu enfim consegui me sentir em um processo de melhora.

No início de tudo eu simplesmente não tinha energia. E essa falta de energia é real, eu sentia fraqueza muscular mesmo. Levantar da cama era difícil. Caminhar parecia impossível. Eu precisava fazer caminhadas para ajudar no meu tratamento, mas eu chorava só de pensar em ter que fazer isso.

No post anterior eu esqueci de mencionar meus lapsos de memória. Eu já vinha tendo esses lapsos desde o ano passado, mas ficou muito mais grave. Eu tomava banho e esquecia de lavar o cabelo. Ou molhava o cabelo e esquecia de passar shampoo. Ou passava shampoo e esquecia de passar o condicionador. Já cheguei a lavar o cabelo com condicionador e nem me dar conta disso. E também a passar condicionador e esquecer de tirar e só perceber na hora de pentear o cabelo ou com ele já seco - e todo esquisito. Isso pra falar só do banho.

Eu nunca estive tão fragilizada em toda a minha vida.

O pedido de demissão

A terapia foi vital no meu processo de melhora. Eu demorei a acertar a medicação, gastei um dinheiro que eu não tinha e não podia gastar. Os pagamentos do INSS não vinham com regularidade, porque eu estava insistindo em tirar licenças mensais na esperança de melhorar e retornar ao trabalho. Zerei minhas reservas financeiras, economizadas a tanto custo - mas agradeço por tê-las.

Foi só depois de mudar de profissional que acertamos enfim a medicação. Não que o anterior fosse ruim. Mas eu não me sentia mais à vontade com ele. 

Contudo, como eu ia dizendo, a terapia foi essencial. A Ju foi um presente na minha vida. No início eu fazia duas sessões por semana - tudo pago à parte, pois meu plano não cobria e, se havia a possibilidade do reembolso eu nem cogitei sobre, pois não conseguia pensar em nada e nem comunicar a possibilidade ao meu marido. Depois de cerca de 3 meses, se não me engano, passei para as sessões semanais.

A melhora veio, devagar mas constante. Tudo na minha vida ia melhorando. No entanto, eu não conseguia mencionar a possibilidade de voltar ao trabalho sem sentir meu coração acelerar, ter um calorão e suar frio. 

Eu poderia ter tirado mais tempo de licença do que tirei. Eu não tinha a mínima condição de voltar ao trabalho, e qualquer profissional me daria facilmente um atestado, pois eu realmente não conseguia. No entanto, eu me sentia pronta e bem para seguir a vida. Era só o trabalho que me deixava assim, agoniada. Então eu achei que não seria justo seguir empurrando essa situação com o INSS. Me sentia desperdiçando dinheiro público, me aproveitando do sistema, sei lá. Não fazia sentido para mim continuar.

Foi então que, em julho, decidi pedir demissão. Eu não consegui o acordo que queria, mas consegui um acordo razoável, previsto em lei. Não teria direito ao Seguro Desemprego, o que era uma preocupação. No entanto, eu juntei todo o dinheiro da rescisão, coloquei em uma conta separada e separei-o em 6 partes, uma para cada um dos próximos 6 meses. Eu sou CLT há poucomais de 4 anos, então não era muito. Mas teria que dar. Era o tempo que eu esperava conseguir me recolocar profissionalmente.

A recolocação profissional

Demissão feita, eu decidi investir em algo que já faço há muito tempo: escrever. Mas veja bem, não falo da escrita no blog. Eu já trabalhei muito para agências, escrevendo artigos, conteúdos para redes sociais, geranciando perfis em Instagram e Facebook. São anos nessa estrada. Fazia por gostar demais de escrever e por sempre ter sido uma entusiasta de redes sociais. Então decidi aproveitar toda essa experiência e investir numa nova carreira.

Logo eu consegui os primeiros clientes, e logo comecei também a ser procurada para outros trabalhos. Hoje, cerca de 6 meses após meu pedido de demissão, eu já tenho minha agenda lotada. Não posso pegar nenhum cliente novo sem precisar cancelar algum outro - e aumentar o valor, que já precisei regular desde que comecei. 

Então, para ser mais específica, hoje eu trabalho como redatora web e gerencio redes sociais de alguns clientes. Além de prestar serviço para uma agência, a Viver de Mar, tenho outros clientes à parte.

Eu trabalho de casa, remotamente. Decidi que consigo me organizar bem e rendo bastante no conforto do meu lar - onde montei um pequeno escritório. Uma agência de Florianópolis entrou em contato comigo para fazer uma entrevista para uma vaga de redatora. No entanto, por ser presencial, declinei o convite. Não é o que eu quero nesse momento.

Sim, eu trabalho bastante. No entanto, eu tenho um controle excelente sobre os meus horários e meu tempo. Há dias em que eu vou até a noite escrevendo e preparando conteúdo. No entanto, é muito diferente do que eu tinha antes. E há outros dias em que eu tenho mais tempo livre também.

Além disso, o meu trabalho depende apenas de mim. Eventualmente há situações que fogem um pouco ao meu controle, mas elas são raras. E isso é muito bom. Não por eu não saber lidar com imprevistos. Mas porque ter previsibilidade me ajuda a controlar muito melhor minha ansiedade. E, então, quando os imprevistos surgem, eu não fico mais ansiosa. 

Mais qualidade de vida

Eu não uso despertador há meses. Acordo cedo, mas naturalmente. Tenho tempo para trabalhar e cuidar da minha casa. Faço minha própria comida. Em 2022 quero encaixar tempo para atividade física também - sim, eu enrolei até aqui. 

Eu ainda faço terapia, descobri que ela é essencial para mim. Até porque todos temos questões a resolver, e eu sou um potinho de questões hahaha.

Outra coisa é conseguir viver sem a pressão constante. Eu sou muito organizada, então normalmente consigo estar adiantada no trabalho. Isso faz com que eu tenha ainda mais maleabilidade com relação a horários.

Eu sempre gostei do meu trabalho como professora. Mas sempre fui muito sincera ao falar do alto custo dele na minha vida como um todo. Trabalhar como redatora tem sido uma realização para mim. Eu realmente amo escrever e, além disso, amo aprender coisas novas. E é isso que meu trabalho me possibilita.

Agora eu escrevo sobre moda infantil, daqui a pouco posso estar escrevendo um artigo sobre alíquotas de impostos estaduais e assim por diante. É enriquecedor.

Há coisas que eu gostaria de ter tempo para fazer melhor: cuidar do blog e das minhas redes sociais, por exemplo. No entanto, o meu foco é, antes de mais nada, manter minha saúde mental em dia. Por isso eu passo longe de qualquer tipo de sobrecarga. Principalmente nesse momento mais inicial de mudança.

Para 2022 eu quero colocar outros projetos para bombar, mas também quero que tudo seja não apenas viável, mas suave. A maldita frase "trabalhe enquanto eles dormem" pode servir para algumas pessoas, mas a mim ela não cabe, definitivamente. Nada mais está acima da minha qualidade de vida.

E se algum dia eu precisar recalcular a rota, hoje sei que posso fazer sem problemas. 

E você, me conta algo importante sobre o seu 2021!


Um beijo.


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